Corregedoria inocenta PM's que mataram ex-vereador após festa; Polícia Civil continua investigação
10/06/2024
Dinho Vital foi atingido por disparos de arma de fogo após uma briga generalizada durante a festa de aniversário de 59 anos de Anastácio. Os policiais militares continuam presos, mas defesa vai recorrer. Ex-vereador de Anastácio, Dinho Vital, foi baleado na BR-262.
Reprodução/Aquidauana News
A Corregedoria da Polícia Militar decidiu inocentar os policiais militares Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e Bruno Cesar Malheiros dos Santos pelo crime de homicídio do qual foram indiciados pela morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, em Anastácio (MS). Os dois estão presos desde 17 de maio.
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Dinho era suplente do vereador Professor Aldo (PDT) e morreu após ser atingido pelos disparos do policiais militares que estavam de folga, na tarde do dia 8 de maio, na BR-262, após uma briga generalizada durante a festa de aniversário de 59 anos da cidade.
Durante as investigações, foram ouvidas 35 pessoas e analisadas imagens de câmeras de segurança do local onde estavam os envolvidos no dia da morte. Com base nisso, a corregedoria definiu que os dois policiais atiraram em Dinho Vital durante "o estrito cumprimento de um dever legal – o de defender os convidados de uma festa em Anastácio de um homem armado – e por isso, decidiram pela excludentes de ilicitudes na ação deles".
À reportagem, o advogado da dupla garantiu que vai entrar com pedido de soltura imediata de ambos, já que não há razão legal para mantê-los na cadeira.
Apesar de a corregedoria ter encerrado as investigações sobre a morte de Dinho Vital, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, através do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), continua a apuração do caso. Como isso ocorre em sigilo, a reportagem não teve acesso as informações já apuradas.
O advogado dos militares também afirmou não ter detalhes da investigação policial.
Família deu outra versão
Marilene e Dinho, com os filhos.
Arquivo pessoal
A versão de que os policiais agiram por legítima defesa foi contestada pela viúva de Dinho Vital.
A psicóloga Marilene Ferreira Beltrão, de 43 anos, disse ao g1 que testemunhou a morte do marido e afirmou que ele não estava armado no momento que foi atingido pelos disparos.
"Não houve confronto, ele nem viu quem matou ele, não teve chance de defesa. No primeiro tiro, ele estava olhando pra mim, ele estava bem na frente do veículo e eu acenava pra ele", detalhou.
O caso
Dinho Vital, 40 anos , ex-vereador de Anastácio (MS) e suplente do vereador Professor Aldo (PDT), foi morto por dois policiais militares que estavam de folga, na tarde de quarta-feira (8), na BR-262, após uma briga generalizada durante a festa de aniversário de 59 anos da cidade.
Equipes do Gaeco em frente a um dos endereços alvo de busca e apreensão
Divulgação/Gaeco
De acordo com a Polícia Militar, os dois agentes da corporação estavam na festa, mas não cumpriam horário de trabalho. No entanto, após Dinho ser retirado da chácara onde ocorria a festa, depois da confusão, os militares foram comunicados que ele estava armado, informou a PM.
Ainda conforme a PM, os dois policias foram até a saída da chácara e encontraram Dinho com uma pistola, anunciaram que eram policiais e pediram que ele colocasse a arma no chão. Segundo a polícia, o suplente não obedeceu a ordem e avançou contra os militares, que dispararam.
“O homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais, diante do risco de vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado”, completou a PM, em nota.
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